No Enem 2019, como já é tradição, ocorreu um problema, que afetou a nota de aproximadamente seis mil estudantes, destes 80% tiveram suas pontuações rebaixadas. É uma questão muito grave pois vários estudantes se preparam durante anos em busca da tão sonhada vaga em um curso superior.
Quando questionado o ministro explicou que o erro ocorreu na impressora da gráfica Valid Soluções S.A, responsável pela impressão das provas. Segundo ele, a máquina “dava umas engasgadas” durante a impressão e isso gerou o descolamento da prova com o gabarito.
A explicação dada pelo ministro que a máquina “dava umas engasgadas” não esclarece tecnicamente qual o problema ocorreu, e principalmente não garante que este não voltara a ocorrer. É preciso que seja feita uma análise de falha completa, utilizando ferramentas de gestão da qualidade para encontrar a causa raiz do problema e garantir a sua solução.
Dias depois a gráfica deu as seguintes explicações:
“As provas passam por uma verificação redundante e todos os casos de desvio na comparação sistêmica com os dados registrados são identificados e encaminhados a uma célula de reprocessamento.”
“um código de desvio, apesar de estar sendo identificada em regime de produção, não estava recebendo o tratamento sistêmico esperado. Por decorrência estas provas não foram encaminhadas à célula de reprocesso para seu respectivo tratamento.”
“nas células de reprocesso, uma para cada dia de aplicação, os casos de desvios identificados são analisados e definido o tratamento correto e estes passam por uma nova verificação redundante nesta fase do processo, e especificamente no segundo dia de aplicação, após sermos acionados pelo Inep, foi identificada uma instabilidade em um sensor específico de disparo de leituras dos cadernos de prova.”
Minha opinião é bem simples sobre os problemas recorrentes do Enem: Os problemas do Enem só deixarão de existir quando ele se tornar 100% digital. Mas, enquanto isso não acontece é necessário tratar com a devida seriedade os problemas, e não aceitar a máquina “dava umas engasgadas” como resposta.